sábado, 3 de julho de 2010

No Próximo Mês

Pelo Mundo Fora

O Santuário de Fátima propõe-se a, também no Verão de 2010, voltar a promover e a custear mais uma edição, a quinta, das “Férias para mães de pessoas com deficiência”, uma iniciativa aberta às mães de pessoas com deficiência que cuidam dos seus filhos em casa.
A Organização está entregue ao Movimento da Mensagem de Fátima (MMF) que, em nome do Santuário, assume a responsabilidade por esta actividade que decorre na casa dos Silenciosos Operários da Cruz, na Estrada de Torres Novas, localidade de Montelo, freguesia de Fátima.
As mães podem entregar os seus filhos ao comprometimento do Santuário de Fátima e dedicar-se por uns dias a elas próprias e aos outros familiares, ou decidir-se a acompanhar os seus filhos neste período em Fátima.
Um grupo de voluntários — também se aceitam inscrições para este voluntariado — tomará a seu cargo os cuidados de alimentação, higiene e dinamização das actividades de recreio propostas às crianças e jovens deficientes.As férias decorrerão em três períodos: de 9 a 15 de Agosto para pessoas com deficiência dos 7 aos 20 anos; 18 a 24 ou de 27 de Agosto a 2 de Setembro de Agosto para adultos dos 21 aos 40 anos.As propostas de inscrição são disponibilizadas pelo Movimento da Mensagem de Fátima, com sede no Santuário de Fátima, estando disponíveis também em www.fatima.pt
Para outras informações contactar MMF: Tel/Fax—249 539 679 ou mmf@fatima.pt

Testemunho de uma mãe


Olá a todos! Sou a mãe da Jéssica e venho por este meio dar o meu testemunho.
Aos 24 anos engravidei pela 2.ª vez. Foi uma gravidez desejada, pois nessa altura a minha filha tinha 3 anos e meio e tínhamos imigrado à 18 meses para o Canadá. Então, numa terra nova, numa casa nova, só faltava mesmo o bebé. Assim que fiquei grávida comecei a sentir-me muito mal, pois vomitava muito, não tinha apetite e mal dormia. Ao fim de três meses de gravidez já tinha perdido 26 Kg, o que uma grávida normalmente ganha numa gravidez eu perdi. Durante os 9 meses de consultas o médico dizia sempre que estava tudo bem com o bebé mas que ia ser muito pequenino. Passado esse tempo a Jéssica nasceu. Era a cara mais linda, muito cor-de-rosa. Ficámos muito felizes.
A minha filha Claúdia já tinha escolhido o nome para a irmã, ela dizia: “Eu quero uma Jéssica!”, e então ficou esse o nome.
Os meses foram passando e a Jéssica não se estava a desenvolver nada, o médico dizia sempre que ela estava bem. Aos 7 meses a Jéssica ficou mesmo muito doente e foi ao hospital das crianças em Toronto, no Canadá. Nessa altura os médicos disseram-me logo o que a Jéssica tinha. Eu e o meu marido ficámos logo preocupados e fomos a um médico que ficou a acompanhar a Jéssica até aos 7 anos de idade. Médicos muito bons e que nos ajudaram a compreender e a lidar com o problema. — a Jéssica sofre de microcefalia e de autismo.
Ela só se sentou sozinha aos 2 anos e a andar aos 6 anos de idade.
Conseguimos com muito amor e muita força.
Hoje ela é uma menina com 20 anos, muito alegre, gosta muito da sua irmã e gosta também muito de música e de passear de carro.
Entrou para a APACDPV à 3 anos e lá ela é feliz. Gosta muito de todos, de sair a passear na carrinha. Ela quando vem para casa refila sempre para não sair.
Desde que a Jéssica está Associação notamos muita diferença nela, está mais activa e feliz. Gosta muito de ir para a praia e para a piscina com os outros todos.
Para nós, pais, é um alívio muito grande saber que ela lá está bem.
Só temos a agradecer a toda a equipa que lá trabalha. Em nome dos pais da Jéssica, um MUITO OBRIGADO!

Hipoterapia e Equitação Terapêutica


A Equitação é um divertido e estimulante desafio motivado pela relação que se cria entre o cavaleiro e o cavalo, quer pelas gratificações pessoais e sociais que caracterizam o meio onde é desenvolvida esta actividade desportiva e/ou de lazer. Se a este quadro aplicarmos conceitos, técnicas e objectivos terapêuticos facilmente transpomos a Equitação da sua área desportiva clássica para a área da reabilitação colhendo importantes contributos terapêuticos a nível motor, cognitivo, social e emocional. Dentre estes objectivos podemos destacar a vivência psicomotora que facilita a adequação das reacções do cavaleiro às variadas situações que circundam esta actividade; a inibição de padrões posturais e de movimento patológico; a intervenção dinâmica num ambiente estimulante e descontraído, que promove níveis de motivação pessoal capazes de desbloquear e desenvolver aspectos importantes nas áreas da comunicação, auto-estima e valorização social.
Por seu turno, a Hipoterapia designa o “tratamento com a ajuda de um cavalo”. Este animal transmite o seu movimento ao cavaleiro, induzindo-lhe uma adaptação constante. Destina-se a portadores de deficiências físicas, desde a Paralisia Cerebral ao Acidente Vascular Cerebral, a incapacidades como o Autismo, Atrasos de Desenvolvimento, Distúrbios Emocionais ou Dificuldades de Aprendizagem.
Para além de benefícios emocionais, sociais e cognitivos, este tipo de intervenção apresenta objectivos neuromotores específicos e prioritários no processo de reabilitação do indivíduo, sendo uma abordagem de orientação clínica conduzida por profissionais de saúde com o apoio de instrutores de equitação e cavalos treinados para o efeito. Neste caso, o objectivo é retirar contributos de reabilitação através do movimento do cavalo e não o ensino equestre.
As características da locomoção do cavalo proporcionam ao cavaleiro a normalização do tónus postural e dos movimentos-padrão através da inibição e da facilitação pelo estímulo das reacções neuromusculares, correcção dos défices nos movimentos e eliminação dos parasitas, reforço das funções musculares resultante dos estímulos rítmicos, estimulação dos reflexos posturais e de equilíbrio para o controle do tronco e cabeça, desenvolvimento de movimentos simétricos e coordenação e controle dos movimentos involuntários.
Concluindo, a Hipoterapia proporciona, a médio e longo prazo, benefícios físicos (desenvolvimento de resistência aeróbia e força, melhoria da disponibilidade motora, activação do trabalho cardíaco e respiratório com melhoramento da circulação periférica), neuromusculares (optimização dos padrões motores, eliminação de movimentos parasitas, impulsividade e instabilidade, melhoramento do autocontrolo, da sensibilidade corporal e do esquema corporal, estimulação da propriocepção), cognitivos (surgem comportamentos progressivamente mais complexos devido à previsão e organização das sequências motoras no espaço e no tempo, consciência quinestésica e intelectual do acto e reajustamento do corpo ao envolvimento), sociais (autonomia, investimento relacional e adaptação ao meio) e pessoais (redução do stress, melhoria da auto-estima, da atenção e da qualidade de vida).

Utente do Mês: Ana Teresa


Neste mês de Junho, queremos destacar a Ana Teresa pela melhoria do seu comportamento e prestar uma sentida homenagem a ela e à sua família pelo momento de maior tristeza que agora atravessam.

Intercâmbio com E.B.1/J.I da Vila Nova


Ao chegar à Escola da Vilanova, no dia 23 de Junho, a APACDPV dirigiu-se à sala do 4º ano, onde os alunos esperavam ansiosamente a sua chegada. Os alunos do 4º ano já conheciam os utentes da APACDPV “no papel”, isto é, desde o início do ano lectivo que mensalmente o jornal da APACDPV “O Amigo” chegava até eles. Mas, depois de feitas as apresentações, dirigimo-nos às salas do pré-escolar, onde ambas as turmas cantaram uma música dedicada aos seus visitantes. Realizou-se ainda uma troca de prendas entre os alunos do 4º ano e a APACDPV, ambas as prendas preparadas pelos respectivos alunos e utentes.
Já no pátio da escola a algazarra foi total e todos os meninos jogaram em conjunto. Todos saíram muito satisfeitos deste encontro, que traz sempre algo de positivo para todas as partes. Por um lado, os utentes da APACDPV tiveram a oportunidade de conhecer mais uma escola do concelho, e de participar em actividades lúdicas e didácticas, por outro lado, os meninos da Escola da Vilanova conheceram uma outra realidade, pessoas diferentes, mas que, como se viu muito bem neste intercambio, têm muito amor para dar.
Neste encontro foi especialmente importante para as crianças tirarem as suas dúvidas em relação à deficiência e começarem a olhar a diferença como algo "normal", assim como para os utentes conviverem e serem aceites num contexto social diferente.