sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Testemunho

Sou mãe de duas princesas, de 9 e 3 anos. A mais nova nasceu 12 minutos antes da irmã completar 6 anos e a todos ela diz que a irmã foi a prenda dos 6 anos e a melhor prenda que teve na Vida. Para além desta surpresa, o bebé trazia consigo o cromossoma da diferença, sem que fosse detectado durante a gravidez – a Trissomia 21, que a todos surpreendeu, a nós directamente sempre pela positiva!
Assim que saí da maternidade esperava-me em casa uma pesquisa efectuada na internet sobre o pior dos cenários de Trissomia 21.
Li tudo de “fio a pavio”, e depois de tudo ler, jurei a mim mesma que iria lutar por um milagre de Amor para a minha filha, e reverter todo aquele cenário negro com que me deparei. Era minha filha e precisava de mais apoio ainda do que a irmã, mas sem deixar a irmã de fora ou para trás, “arregacei” as mangas e “fui à luta”, tendo como fortíssimos apoiantes, que de braço dado estavam sempre ali, a irmã e o pai.
Desde sempre que soube o papel preponderante que a música tem na vida, no desenvolvimento, educação e formação das crianças. Ainda no útero, eu cantava para as minhas filhas, ouvia muito música, de preferência clássica, ou desons da natureza, como forma de relaxamento e assim nas minhas rotinas diárias a música era, e é, uma forte componente.
Por interesse, por valor já enraizado, por herança genética, as minhas filhas nas suas brincadeiras, interesses, no cuidado e carinho com que sempre se relacionaram, tinham sempre uma fortíssima envolvente musical. Nas músicas que lhes trauteava, nos brinquedos com música, até no software a música era um grande estímulo a que a mais nova reagia muito bem logo pelos 2 / 3 meses de vida.
Como uma criança que necessitava de um profundo trabalho de estimulação precoce, todos os estímulos do dia eram fundamentais. Chegava a tirá-la do berço para andar com ela a dançar e a cantar, numa emocionante entrega mútua.
Ambas foram crescendo, e com tanto estímulo auditivo e visual que recebiam, cedo despertaram para um mundo de sons, imagens, rotinas, emoções e conceitos. Depressa nos apercebemos que ambas eram a grande mais-valia uma da outra, e se a família já se tinha enriquecido com a chegada da primeira, com a chegada da mais nova a família ficou deveras iluminada.
Estes momentos lúdicos permitiram uma grande interacção familiar, e ganhamos todos!

1 comentário:

  1. Adorei ler este post, pois também sou mãe.

    Sou mãe de um anjo lindo de olhos azuis, portador de T21 e filho único de 9 anos.

    Descobri hoje o vosso blog, vou segui-lo e "passar a palavra", sejam bem vindos também ao nosso cantinho.

    Eu trabalho numa residência da APPACDM de Évora, e obviamente por mais motivos, me interesso por temas que vejo que abordam aqui.

    Virei mais vezes. Até lá, tenha, um óptimo fim de semana!

    ResponderEliminar