sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Tratar duma Criança Com Trissomia21

As estatísticas dizem-nos que um em cada 800 a 1000 recém-nascidos são portadores de Trissomia 21 ou da Síndrome de Down, um distúrbio genético causado pela presença de três cópias do cromossoma 21 em vez das habituais duas. A Síndrome de Down está normalmente associada a dificuldades no âmbito do desenvolvimento físico e das capacidades cognitivas, assim como a diferenças na aparência facial e corporal.
Tratar de uma criança com trissomia 21 não é fácil, mas tratar de crianças “normais” também não é. O mais importante é o reconhecimento dessa criança como uma pessoa e não como um deficiente. Apesar do seu aspecto físico ser diferente das restantes crianças, isso não afecta a sua saúde. É verdade que as crianças com Síndrome de Down são intelectualmente diminuídos, mas apenas numa escala que vai de leve a moderado, o que significa apenas que a sua capacidade de aprendizagem é mais lenta do que a de uma pessoa “normal”.
As crianças com Trissomia 21 são mais susceptíveis a determinados problemas de saúde, por isso, a escolha imediata de um bom pediatra é fundamental. porque as crianças com este Síndrome podem ser afectados por defeitos congénitos do coração (que são aliás a sua principal causa de morte); dificuldades alimentares ou digestivas; falta de força muscular; doenças relacionadas com os ouvidos, nariz, garganta ou dentes; problemas de visão; disfunção da tiróide; e atrasos no seu crescimento e desenvolvimento cognitivo.
A intervenção precoce é essencial para diminuir os efeitos negativos que a Trissomia 21 pode ter no desenvolvimento da criança e deve ser iniciada o mais rápido possível, de preferência logo após o nascimento.
A frequência de um estabelecimento de ensino, público ou privado, é tão relevante como a participação nos programas de intervenção precoce. Para além da importância de uma educação, a experiência escolar ajuda uma criança com Trissomia 21 a desenvolver a sua própria identidade e a fortalecer a sua auto-estima e autoconfiança. Contactar com a sociedade, para além dos limites do lar, é fundamental para estimular as relações sociais e o envolvimento da criança com o seu próprio meio. Na escola, uma criança com Síndrome de Down pode, deve e vai adquirir competências académicas básicas como ler e escrever, tão bem como os restantes alunos. A única diferença é que pode demorar um pouco mais: enquanto as outras crianças aprendem a ler e a escrever em cerca de seis meses, uma criança com Síndrome de Down pode precisar de um ano ou mais. Independentemente disso, os estudos mostram que a educação pode produzir resultados excelentes e até inesperados nas crianças com Trissomia 21, daí a importância do empenho dos professores e dos pais.
Apesar destas crianças necessitarem de atenção e apoio extra, no seio da família, deve ter um papel tão activo como os seus irmãos, e ser tratada da mesma forma, ou seja, com naturalidade. Deve ensinar e ajudar a criança a evoluir, mas sem que ela se torne dependente, porque quanto mais a criança aprender a cuidar de si própria, melhores condições terá para enfrentar o futuro.


In Bem Cuidar

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